Comprar três aviões Air Bus A380, os mais caros do mundo? Adquirir quatro iates super luxo? Quem sabe 950 Ferraris V12 GTB Fiorano? Ou talvez umas 1.600 mansões iguais a da Yeda? É poderia se fazer muitas coisas, muitas coisas mesmo! Para nós, simples mortais, é uma quantia inimaginável. Na poupança isto renderia cerca de 10 milhões por mês!!! Porém para o estado do Rio Grande do Sul isso é quase nada, pagaria apenas uns 3% das dividas do estado, todavia o problema do endividamento estatal não surgiu de ontem pra hoje.
A formação do endividamento do Estado do Rio Grande do Sul vem de longa data. Há décadas o governo gaúcho vem gastando mais do que arrecada e utilizando-se de empréstimos para cobrir suas dívidas, fato este que eleva a dívida estatal cada vez mais.
Atualmente a dívida pública total do Estado com o Tesouro Nacional e com o Sistema Financeiro Nacional gira em torno de R$ 34 bilhões, segundo o Banco Central, assim grande parte do que é arrecadado pelo governo estadual é usado apenas para pagar juros da dívida atual.
Até 2001 o governo vinha tendo déficits primários, resultado este que apenas considera as arrecadações e os gastos do governo, não considerando o pagamento de juros da dívida pública. Porém o Estado passou por ajustes, visando equilibrar as finanças. Para tanto, passou a reduzir gastos, enxugando a máquina pública e reduzindo investimentos. Na outra ponta, procurou aumentar as receitas, ou seja, aumentou impostos. Portanto, quem paga a maior parte é sempre o contribuinte. Com estes ajustes o Estado gerou, em 2007, um superávit primário de R$ 974 milhões, de acordo com dados da Secretaria da Fazenda.
Estas mudanças possibilitaram ao governo receber o empréstimo do BIRD de US$ 1,1 bilhão. Este empréstimo será utilizado para pagar parte desta enorme dívida, a parte mais urgente. Serão quitadas dividas com o Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Professores da Educação (Fundeb), junto ao Banco do Brasil e com o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes) e com a Fundação Banrisul.
Fazer uma dívida para pagar outra dívida não é algo muito interessante em setor nenhum, quanto menos no Estado. Todavia, o objetivo deste empréstimo é recuperar a capacidade de investimento estatal, pois conforme as informações divulgadas, o empréstimo junto ao BIRD será cobrado a juros fixos e parcelado em 30 anos, ou seja, o Estado estará trocando uma dívida cara e a curto prazo, por uma dívida mais barata e estendida. Só o que o governo deixará de gastar com a dívida irá girar em torno de R$ 100 milhões em cinco anos e R$ 650 milhões em 30 anos.
Este saldo possibilitaria ao governo uma ampliação dos investimentos, como por exemplo, em infra-estrutura, em saúde, em educação e geração de emprego e renda. Porém o Estado não pode ficar 30 anos esperando se desenvolver somente com estes R$ 650 milhões, isto é apenas um começo, uma folga momentânea no caixa. É necessário que se faça muito mais! É preciso uma boa gestão dos recursos e um projeto de desenvolvimento bem elaborado, capaz de atender as necessidades do nosso estado e aos anseios do povo gaúcho. Resta-nos esperar pra ver se o governo atual e os posteriores terão capacidade de fazer com que o desenvolvimento aconteça, pois afinal quem vai pagar a conta somos todos nós, bravo povo gaúcho.
Diogo Moacir Mattana[1]
Jussiano Pacheco[2]
[1] Acadêmico do curso de Economia, bolsista PIBEX e integrante do grupo PET.
[2] Acadêmico do curso de Economia, bolsistas do grupo PET.
sábado, 20 de setembro de 2008
O que se faz com 1,1 bi de dólares?
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