quinta-feira, 25 de março de 2010

O Brasil e suas altas taxas de juros


Gabrieli Herzog

O Brasil é conhecido como o país com a taxa de juros mais alta do mundo. Esta situação cria uma série de problemas, como a redução do crescimento econômico do país, inibe a atividade produtiva, os investimentos nas indústrias, que diminuem sua produtividade, eleva os níveis de desemprego e comprometem a competitividade de nossas empresas no mercado internacional.
Isso acontece porque o governo faz empréstimos a altos juros para financiar o déficit público, o que significa aumento dos gastos do governo com os juros pagos sobre a dívida interna. Existem vários motivos para que os juros sejam elevados no país: os altos impostos, escassez de poupança doméstica, altas dividas do governo e talvez a principal, a falta de reformas do Estado visando torná-lo menos oneroso. Diante disso, o papel do Banco Central é trabalhar com a taxa de juros (no Brasil, a Selic), buscando manter a estabilidade econômica.
Portanto, a queda dos juros não depende de um ato de vontade política. Os juros só vão cair se o governo controlar a inflação, cortar os gastos e reduzir a dívida pública. A redução dos juros trará vantagens e contribuirá para reduzir o alto nível de inadimplência. A nova Lei de Falências também deverá ajudar a reduzir os juros, pois ela possibilita a cobrança de garantias no caso de inadimplência.
Outras medidas poderiam ser tomadas para a redução dos juros, como, redução do cunho fiscal e tributário, redução dos impostos, e diminuição de custos sobre os empréstimos.
Mas ao que tudo indica 2010 será um ano de elevação nas taxas de juros, devido a um bom crescimento da economia, incentivado o crédito público, à atividade produtiva e ao consumo.
Não compete ao Banco Central a tarefa de criar as condições para uma redução mais significativa da Selic: Ela é um dos principais responsáveis pela estabilidade econômica, mas não tem a capacidade de resolver todos os problemas subjacentes.


¹Acadêmica do Curso de Economia da UNIJUÍ, integrante do Grupo PET-Economia

Leia Mais?