terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Crise mundial e os juros brasileiros

Diogo Mattana[1]

Nos últimos meses estamos acompanhando o desenrolar da crise internacional e de seus impactos sobre a economia brasileira, e, sobretudo as medidas tomadas pelo governo brasileiro para contornar esta crise.
No final do ano passado, o governo anunciou uma redução bastante significativa do IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados, sobre o setor automobilístico, visando reaquecer este mercado, evitando demissões em massa. Porém esta medida se mostrou bastante ineficiente, pois as demissões ocorreram mesmo assim, e não somente no setor automobilístico, mas sim em vários setores da economia, inclusive na nossa região, onde grades empresas como John Deere e Sadia demitiram muitos funcionários. O setor industrial brasileiro reduziu cerca de 12% somente em dezembro de 2008.
No Brasil o olho do furacão, ou seja, o forte da crise deve chegar apenas na metade do ano, a partir de maio/junho...
[1] Acadêmico do curso de Economia da Unijuí, Bolsista PIBEX e integrante do Grupo PET.

Diogo Mattana[1]

Nos últimos meses estamos acompanhando o desenrolar da crise internacional e de seus impactos sobre a economia brasileira, e, sobretudo as medidas tomadas pelo governo brasileiro para contornar esta crise.
No final do ano passado, o governo anunciou uma redução bastante significativa do IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados, sobre o setor automobilístico, visando reaquecer este mercado, evitando demissões em massa. Porém esta medida se mostrou bastante ineficiente, pois as demissões ocorreram mesmo assim, e não somente no setor automobilístico, mas sim em vários setores da economia, inclusive na nossa região, onde grades empresas como John Deere e Sadia demitiram muitos funcionários. O setor industrial brasileiro reduziu cerca de 12% somente em dezembro de 2008.
Cabe discutir este método de intervenção na economia, pois estimular o barateamento dos carros populares pode realizar muitos sonhos, mas em um país onde as cidades não suportam o excesso de tráfego, há de se convir que seria muito mais interessante discutir investimentos em um transporte coletivo de qualidade, ao invés de facilitar a vida e aumentar o lucro das montadoras, além de se discutir uma política de empregos e de crescimento econômico que não seja tão dependente das grandes empresas multinacionais, que agregam lucros aqui para os remeterem a outros países.
No começo da crise, enquanto todos os países estavam diminuindo a taxa básica de juros, o governo brasileiro, visando o controle da inflação fazia o contrario, subia a taxa, mesmo em detrimento do crescimento econômico e da geração de empregos. Porém, na ultima semana, o governo anunciou um corte de um ponto percentual na taxa Selic, visando retomar o crescimento e afirmando que a inflação está sob controle.
Esta redução da taxa de juros veio bastante tarde, ou seja, deveria ter ocorrido já no final do ano passado, quando ao invés de ter acalmado a economia com a redução do IPI, que privilegiou apenas um setor específico, o governo poderia ter aquecido os investimentos com uma redução dos juros, já que o mesmo pregava que os brasileiros não deveriam parar de consumir por causa da crise. Neste momento, o governo deveria ter articulado todos os seus mecanismos visando à ampliação ou no mínimo a manutenção do crescimento da economia, todavia nunca é tarde demais para fazê-lo.
Ainda há espaço para uma redução maior dos juros ao longo do ano, fato que deverá deixar o setor produtivo satisfeito, tendo assim um impacto positivo sobre a economia, especialmente no longo prazo, sobre o nível de emprego e renda.
Neste sentido, também é interessante analisar os métodos pelos quais a economia brasileira vem sustentado seu crescimento, pois sabemos que grande parte do consumo realizado no país é feito na forma de créditos, especialmente quanto aos bens duráveis, tais como casas e automóveis, que em sua maioria são comprados com financiamentos de longo prazo. Sendo assim é necessário que a economia nacional se mantenha estável e com um crescimento sólido e constante, para que não venhamos a observar fatos semelhantes aos ocorridos nos Estados Unidos, onde muitas famílias perderam suas casas por não poderem honrar seus compromissos.
No Brasil o olho do furacão, ou seja, o forte da crise deve chegar apenas na metade do ano, a partir de maio/junho, período no qual as pessoas que foram e estão sendo demitidas deixarão de receber auxílios sociais, como o seguro desemprego, e mesmo as economias pessoais reservadas para momentos difíceis mais dia menos dia, caso a situação de desemprego não se reverta, deverão acabar, pois o dinheiro não dura pra sempre. Portanto é necessário uma tomada de atitude imediata, visando a recuperação do nível de empregos, renda e consumo, para que a economia não sofra uma estagnação ainda maior, especialmente no longo prazo, comprometendo o desenvolvimento econômico e sobretudo o bem estar das famílias brasileiras.
[1] Acadêmico do curso de Economia da Unijuí, Bolsista PIBEX e integrante do Grupo PET.

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