quarta-feira, 20 de maio de 2009

Com as chuvas, os problemas acabaram?


Diogo Mattana[1]

Nos últimos meses a nossa região vinha sofrendo com uma forte estiagem, que causou inúmeros danos tanto na agricultura quanto nos outros setores. Porém, felizmente, as chuvas chegaram e os problemas estariam resolvidos, todavia ainda resta muita coisa a recuperar.
A estiagem obrigou as prefeituras da região a efetuarem gastos extraordinários para ajudar seus munícipes, por um longo período muitas famílias, especialmente da área rural, dispunham apenas da água trazida por caminhões da prefeitura para seu consumo e para o gado. Muitas prefeituras chegaram inclusive a paralisar suas atividades internas, o transporte escolar e as aulas para evitarem maiores despesas financeiras, alem de poupar água.
Mais critica ainda é a situação dos agricultores, que viram suas lavouras e pastagens secar, de tal forma que perdemos praticamente toda a safrinha de milho e os prejuízos com o gado também são enormes e irrecuperáveis, especialmente no que é relativo à produção leiteira, pois além de ficar sem o milho safrinha, que em grande parte seria utilizado para alimentação dos animais, tanto na forma de grãos quanto silagem, o gado em geral perdeu bastante peso durante a estiagem, com isso diminuindo significativamente a produção, sem contar que a maioria dos agricultores foram obrigados a alimentar o gado com a silagem estocada para o inverno. Sabemos que o gado não engorda do dia para a noite, portanto a produção não aumentará somente pela chegada da chuva, da mesma forma que a produção durante o inverno também esta comprometida, visto que o alimento destinado para tal período já foi gasto.
Como vemos, a chuva é extremamente necessária, mas a estiagem deixou um rastro de desolação na região, portanto os problemas não acabaram com a chegada das chuvas. Agora mais do que nunca é necessário um posicionamento dos governos Estadual e Federal, no sentido de renegociar dividas dos produtores rurais e das prefeituras, visando à reestruturação produtiva e administrativa da região, caso contrário os impactos relativos à estiagem perdurarão e se multiplicarão, podendo acarretar na incapacidade de investimento das prefeituras e na impossibilidade de nossos agricultores produzirem, especialmente aqueles pertencentes à agricultura familiar, fato que pode acentuar o êxodo rural na região.


[1] Acadêmico do curso de Economia da Unijuí, Estagiário da ITECSOL- Incubadora de Economia Solidária, Desenvolvimento e Tecnologia Social da Unijuí e integrante do Grupo PET-Economia.




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