quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Marina Silva: uma ação do PT para enfrentar Heloisa Helena e o PSOL


Fabio Lemes
Economista, Mestre em Desenvolvimento pela Unijuí.

A Senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente (MMA) no Governo Lula, que inclusive foi à primeira ministra anunciada publicamente no primeiro mandado do presidente (juntamente com Antonio Palocci no Ministério da Fazenda), saiu do governo porque este impôs uma visão de crescimento econômico, consolidada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que considerou muito pouco as demandas ambientais apresentadas pelo MMA.
O ingresso de Marina Silva no Partido Verde, PV com sua possível candidatura a Presidência da Republica em 2010, pode representar uma tentativa de pautar a temática ambiental com mais relevância no processo eleitoral. Isto pode ser entendido como positivo, mas o partido escolhido pela senadora, apesar de seu nome (PV), esta longe de ser um partido no sentido programático do termo. Sua configuração nacional assemelha-se mais a uma legenda de aluguel...

Fabio Lemes

A Senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente (MMA) no Governo Lula, que inclusive foi à primeira ministra anunciada publicamente no primeiro mandado do presidente (juntamente com Antonio Palocci no Ministério da Fazenda), saiu do governo porque este impôs uma visão de crescimento econômico, consolidada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que considerou muito pouco as demandas ambientais apresentadas pelo MMA.
O ingresso de Marina Silva no Partido Verde, PV com sua possível candidatura a Presidência da Republica em 2010, pode representar uma tentativa de pautar a temática ambiental com mais relevância no processo eleitoral. Isto pode ser entendido como positivo, mas o partido escolhido pela senadora, apesar de seu nome (PV), esta longe de ser um partido no sentido programático do termo. Sua configuração nacional assemelha-se mais a uma legenda de aluguel, que reúne nomes tão dispares no cenário político e com propostas políticas pouco consistentes que nem mesmo o movimento ambientalista acompanha este partido como alternativa.
Mas a candidatura de Marina Silva a presidência contribuiu para amenizar um sério problema do PT. O partido, especialmente a nível nacional, não encanta mais um importante setor da sociedade brasileira. Nas ultimas eleições, a candidata Heloisa Helena, do PSOL, recebeu mais de 7 milhões de votos, sendo que cada vez setores mais amplos da sociedade começam a buscar uma alternativa de esquerda ao lulismo.
A candidatura de Dilma (PT), apesar de capitalizar a maior parte das conquistas do governo, só se elegerá se conseguir reunir no segundo turno tanto os setores fisiológicos que o governo Lula vem arregimentando (basta ver o apoio a Sarney no Senado), com os setores da centro-esquerda e os campos mais progressistas do país, para enfrentar José Serra, do PSDB.
Neste sentido, uma campanha mais a esquerda de Dilma (PT), representada por Marina Silva (PV), com a garantia de apoio desta ao PT no segundo turno interessa tanto ao Palácio do Planalto, que é possível imaginar-se que esta “ruptura” de Marina com o partido a qual ajudou a construir só aconteceu porque seu movimento é uma ação a serviço dos próprios interesses do Governo Lula.
E os governistas se deram ao trabalho de criar esta estratégia porque sabem o perigo que representa uma candidatura alternativa como a de Heloisa Helena/PSOL, com um programa socialista, baseado em propostas de Desenvolvimento Sustentável, que se propõe a modificar as estruturas políticas e sociais deste país. Portanto, a possível candidatura de Marina Silva (PV) servirá mais aos setores neoliberais (PSDB) ou sociais-liberais (PT), para os quais as questões ambientais são apenas variáveis a serem equalizadas, e não uma mudança de mentalidade que deve se priorizada.




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